quarta-feira, 14 de abril de 2010

A ponte escultura

Trajetória desconhecida

Como mencionei no último post, a ponte JK de Brasília foi inaugura há menos de uma década e não é uma obra de Niemayer - coisa rara por aqui.











Como também mencionei, a ponte recebeu críticas pelo custo elevado - o que também é algo muito suspeito para uma obra feita em Brasília, onde as "comissões" para obras públicas, como foi revelado por algumas investigações recentes, não é mero folclore.















A justificativa para o alto custo da ponte, segundo dizem, é que ela não é apenas uma ponte; é uma obra de arte. E como obra de arte não tem preço, então 160 milhões é um preço aceitável. Muito bem, caso resolvido então.

Afinal de contas, será que Niemayer consegue fazer suas obras porque apresenta a melhor relação custo-benefício? Certamente que não. Que o digam os moradores que já moraram no Palácio da Alvorada onde, dizem alguns, se sente na sala o cheiro do que se faz na cozinha. Tá vendo, e você reclamando da sua kitnet... (rs)

Mas, então, não malhemos a ponte. Afinal de contas, ela não somente virou cartão postal como também objeto de souvenir.
















Sim, venha à Brasília, visite a ponte, caminhe por ela (se conseguir lugar para estacionar por perto), tire uma foto e leve o souvenir pra casa e mande um postal para um amigo: "estive na ponte, lembrei-me de você". "Será que eu tenho cara de ponte, agora?", pode pensar o amigo ao receber o postal.

O arquiteto da ponte chama-se Alexandre Chan. Já ouviu falar dele?... Qual outra obra ele fez além da ponte?... (silêncio)

Não sei o que o arquiteto idealizou para elaborar esta ponte. De longe, ela me lembra a trajetória de uma bola quicando - se é que existe este verbo. Mas, o que uma bola simbolicamente representa em termos de identidade cultural da cidade? Uma cidade que tem, a propósito, um estádio que leva o nome de Mané Garrincha com um time sem muita expressão. Oh, desculpe, desculpe os torcedores locais.

Mas, possivelmente não é o futebol a referência ali idealizada. Afinal de contas, a bola de tênis também quica com a mesma trajetória - não? Que mais segue este caminho?...

Enquanto meditam no assunto, vejam agora que escultura curiosa encontra-se no parque do Ibirapuera em São Paulo. Qualquer semelhança é mera coincidência, ou não...



















terça-feira, 13 de abril de 2010

A ponte

A ponte não é de concreto

No final da década de noventa, o cantor Lenine fez uma apresentação no programa Bem Brasil da TV Cultura onde apresentou sua música "A Ponte".

Naquela época ele ainda não fazia tanto sucesso como agora. Aliás, Lenine anda meio sumido - não?... Mas, o sucesso para Lenine só viria depois do disco InCité que, diga-se de passagem, é um primor de arranjos, melodias, percussão e letra. Uma obra-prima.
















A música "a ponte" não possui uma letra tão profunda e poética como aquelas do disco InCité. Ela está mais para um conjunto de trocadilhos como por exemplo: "a ponte" x "aponte".

No início desta música há uma interessante reprodução de uma espécie de entrevista da dupla de emboleiros "Castanha e Caju" que, quando crianças, dão um testemunho de luta e perseverança que parece de adulto - sendo este detalhe, inclusive, o responsável por uma inevitável comoção ao tomarmos consciência das duras condições de existência a que essas crianças que moram embaixo da ponte são submetidas nas grandes cidades.

Naquela época ainda não existia a famosa ponte de Brasília que apesar da arquitetura arrujada (pasmem!) não é um projeto de Niemayer.

Algum tempo depois de lançada esta música, mais especificamente em 2002, foi inaugurada a ponte JK em Brasília. Uma bela, imponente e premiada obra da arquitetura - digna, afirmam, da herança arquitetônica da cidade.

Muito bem, só que a ponte também deu o que falar devido ao seu alto custo: 160 milhões de reais! Caramba, quanto é isto?!

Uma vez disseram a Kim Basinger (isso, aquela do "Nove semanas e meias de amor") que ela iria ganhar um cache de x milhões de dólares. Aí ela não entendeu. Mas, quando disseram que isso representa n limosines, aí ela entendeu! E, quem diria, mais tarde ganharia oscar de melhor atriz...

Mas, enfim, quantas limosines correspondem ao preço da ponte? Faça as contas e mande para o orkut da Kim Basinger. (rs)

De qualquer maneira, as contas foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Então, está tudo nos conformes. Aliás, comparado ao preço da Ponte conhecida como Estilingão que fica na Marginal Pinheiros em São Paulo até que não ficou tão caro.

















E agora, os brasilenses tem um motivo a mais para se orgulhar e os turistas outro lugar para visitar na cidade.

Maiores detalhes da música de Gogh que, aliás, faz uma ponta no DVD de Acústico de Lenine, no vídeo abaixo:


domingo, 11 de abril de 2010

Conversar com urubu

Tô enfiado na lama!

Nação Zumbi, que também passou por Brasília neste começo de ano, tem uma música onde os urubus aparecem de maneira simbólica e enigmática. A música chama-se Manguetown e os urubus estão presentes logo na primeira estrofe:

Tô enfiado na lama, é um bairro sujo.
Onde os urubus tem casas, e eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Vou pintando, segurando as paredes do mangue do meu quintal
Manguetown

Depois então de descrever a vida dura na Manguetown, o eu lírico da canção diz que vai sair com as asas que os urubus lhe deram:

Esta noite sairei, vou beber com meus amigos
E com asas que os urubus me derem voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher que talvez eu possa encontrar
E Ela também vai andar na lama, lá do meu quintal.
Manguetown

Éhhh... existe mulher que topa tudo. Até mesmo andar na lama do quintal do cara depois de ter voado com ele nas asas emprestadas do Urubu... (rs)

Mas, Urubu não é coisa apenas de periferia! Nãooooo... eles também estão no centro da capital do país!

Alguns, inclusive, foram fragados secando suas asas entre uma chuva e outra do mês de abril em cima do detalhe de um prédio público - veja abaixo:



















Com dificuldade para localizar os bixinhos? Veja detalhe da foto anterior:


















Disto, porém, surgem algumas questões: teriam eles vindo assistir o show do Nação Zumbi ou já estão aqui nos acompanhando desde sempre e emprestando suas asas para os que estão enfiados na lama?

Intelúdio carioca

Reflexos cariocas em Brasília

Brasília tem belos edifícios que são o orgulho da arquitetura moderna e de seus famosos e impressionantes "vão livres" e colunas originais. Mas, claro que isto não é exclusividade da nova capital. Veja-se, por exemplo, esta coluna do edifício da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.



















Cá entre nós: esta coluna não parece um sinal típico de checklist? Até que o arquiteto consciente ou inconscientemente conseguiu construir algo adequado para um prédio onde funcionaria o mais famoso curso de administração do país.





















E também não é só Brasília que possui modernas esculturas no hall de entrada de seus edifícios. Veja-se, por exemplo, esta curiosa escultura que fica em frente ao Centro Empresarial que fica há poucos metros da FGV.

























Nome do escultor? Desconhecido por enquanto. Quando descobri atualizo esta página. Senão, fica para a posteridade descobrir ou mesmo para o leitor caso este se interesse por ver a escultura de perto e aproveitar para almoçar no restaurante deste edifício que tem uma vista capaz de aumentar o prazer da comida como mostra a foto a seguir:


Dê sinal de vida

Dê sinal de vida

Como já foi aqui mencionado, o trânsito de Brasília é muito "civilizado", ou seja, aqui o pedestre tem preferência - como deveria ser em qualquer lugar do país ou mesmo das cidades satélites.

De modo que para um pedestre atravessar a rua, basta pisar na faixa de segurança que os carros param para ele atravessar. Resultado: as mulheres de Brasília são de parar o trânsito! (uh-hu!)

Mas, há um porém: para ter certeza que os carros irão parar é preciso dar "sinal de vida" como indica a sinalização escrita no asfalto - como mostra a foto a seguir:



















E como as pessoas dão sinal de vida em Brasília?... Escrevem, telefonam, mandam email?... (rs) Nãoooo, apenas esticam a mão como se estivessem pedindo para o ônibus parar. Assim, se por acaso você veio dirigindo pra Brasília e viu um pedestre dando sinal como se você estivesse dirigindo um ônibus, não fique indignado pois faz parte da cultura local. (rs)

Pare pra pensar

Como estacionar em Brasília

Brasília, como se sabe, é uma cidade planejada. Porém, planejada numa época em que carro era artigo de luxo. Como o "mundo evoliu" e o sistema de transporte público não, hoje em dia é comum a família ter pelo menos dois carros. Isto, até as "crianças" crescerem e comprarem o seu também.

As ruas de Brasília continuam suportando o alto tráfego dos carros. Quer dizer: as vias expressas porque quem tem que pegar uma tesourinha ou passar nas entrequadras ou ainda pegar as saídas para as cidades satélites no final de tarde, sofre!!!

Mas, o problema não se encontram apenas nas ruas de tráfego. Os prédios, por incrível que pareça, também não foram projetados com estacionamentos para suportar os carros de quem vem trabalhar. Então, acontece algumas coisas muito curiosas dos carros inventarem vagas onde não existe como, por exemplo, indica a foto a seguir.

Vejam que o cara resolveu parar não somente na esquina como, também, na entrada do estacionamento em cima da placa "Pare". Bem, neste último aspecto não se pode dizer que o cara não obedeceu a sinalização... (rs)
















A princípio, parece haver uma conivência do poder público, afinal de contas se a coisa está assim isto se deve sobretudo à sua imprevidência. Mas, de vez em quando, o Detran passa fazendo a rapa e aumentando a arrecadação pública. Tudo lindo!

Luz para o meu caminho

Trabalhar até a pressão subir

Quando Lula assumiu a presidência pela "primeira vez na história deste país", disse que ele e sua equipe não descansariam - que trabalhariam 24 horas por dia, se fosse necessário - para restabelecer este país e melhorar a condição de vida dos seus cidadãos.

O discurso foi significativo. Até mesmo porque houveram bons resultados, embora um ex-professor meu diga que o governo de Lula tem muito discurso deixando os resultados aquém. Isto, claro, ele me disse há uns quatro anos atrás porque hoje, com a redução de desigualdade social, da mortalidade infantil, do déficit educacional e habitacional, além dos bons resultados na economia, talvez a conclusão é que um bom discurso faz diferença - mesmo quando as medidas pouco difiram de outro governo, com muitas medidas e pouco discurso.

Mas, enfim, foi com este discurso em mente que enfrentei a seguinte imagem pela foto abaixo ilustrada.
















Ao ver então todas as luzes do prédio do Banco Central e da Nossa Caixa acesas, mesmo a noite, disse comigo mesmo: "uau, que bom saber que os responsáveis pela condução da economia deste país trabalham até altas horas zelando pelo bem estar da nação"!

Porém, como havia esquecido algo na minha mesa, tive que voltar ao local de trabalho e vi, mesmo com o andar vazio, todas as luzes das salas e dos corredores estavam acesas. Apaguei-as então e fiquei pensando se este não seria o caso também do Banco Central...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Arquitetura relacional

Arquitetura das mãos e dos braços

Acho que de tanto meditar sobre as formas arquitetônicas, você acaba ficando também sensível para outras arquiteturas.

Hoje, por exemplo, no aeroporto de Brasília vi uma cena que, creioi, me fez compreender a sabedoria existente na arquitetura humana e a maneira como isto se reflete no detalhe do tamanho dos braços das pessoas ao longo das fases da vida.

Explico. Você já reparou que se uma filha ou filho pequeno estiver de mãos dadas com a mãe e tropeçar no caminho, ela fica pendurada, mas não bate a cabeça no chão?...

Claro, de tão trivial a gente nem pensa nisso. Mas, se o ser humano tivesse, por exemplo, braços longos até o joelho ou curtos até à altura do peito, isto não seria possível. E a proteção natural e essencial para a criança nos primeiros anos de vida não se estabeleceria da maneira "natural" como a conhecemos.

No entanto, do jeito como este detalhe da nossa arquitetura foi pensada, o simples hábito de andar de mãos dadas não somente estabelece um vínculo simbólico e afetivo como também responde à uma questão prática e necessária de proteção a um ser ainda em formação e que, normalmente, não consegue se manter em pé sozinho.

Com o passar do tempo, o vínculo simbólico e afetivo das mãos dadas desta relação pode se manter. Mas, a proteção física não se faz mais necessária. E a arquitetura vai se alterando de modo a inviabilizar a antiga relação sugerindo ao mesmo tempo que a mãe ou pai não precisam mais sustentar o filho em suas quedas.

O que também tem sua sabedoria, uma vez que a criança - a medida que cresce - precisa aprender a cair e a se levantar sozinho para um dia, quem sabe, ensinar estes primeiros passos a outro ser ou, ao menos (e isto não é pouco), lembrar inconscientemente outro adulto do significado simbólico deste gesto simples que um dia significou muito mais que proteção.

sábado, 3 de abril de 2010

Cultura popular ou quase isso

Reis e Páscoa

Tem coisas que a gente só descobre depois que acontece...

A primeira delas aconteceu no final do mês de janeiro. Mais precisamente no final de semana de 29 a 31 de janeiro, aconteceu na Granja do Torto o X Encontro de Folia de Reis do Distrito Federal, com direito a muita viola caipira, catira e a presença informal de Renato Teixeira.

Abaixo, o vídeo que um amigo meu me mandou enquanto eu estava viajando...



Mas, onde fica a Granja do Torto? Eis um mapinha para ajudar. Basicamente, você segue até o final da Asa Norte e quando chegar lá você estará perto!
















Outra festividade popular que também perdi foi a encenação da Paixão de Cristo. Tudo bem que não foi lá uma grande perda porque estava chovendo pra caramba e eu já estava atolado de compromissos decorrentes da vida no Plano Piloto.

Mas, quem sabe para o próximo ano. Afinal de contas, o evento acontece em Planaltina - a mesma cidade satélite do grupo de catira mencionado no vídeo anterior.




Dúvida sobre como chegar em Planaltina? Fácil! Vá até o final da Asa Norte, como se fosse para a festa na Granja do Torto. Chegando lá, pegue o primeiro retão que vir na frente, "segura na mão de Deus e vaaaaaai". Quando você pensar que já chegou (ao avistar Sobradinho) continue em frente ainda que depois de uns cinquenta quilômetros no total aí você chega. Claro, só se for beeeeem católico mesmo!


A mão invisível

Mas, só chove, chove, oh!

Ontem de manhã, ao me encaminhar para o "centro da cidade", eis a cena com a qual me deparo!




















Adam Smith, aquele pastor protestante que entrou para a história como pensador econômico cuja teoria haveria de ser destruída por Karl Marx, dizia que havia a economia mundial era governada por uma espécie de "mão invisível".

Se morasse em Brasília e visse esta cena, ele diria que a chuva também é governada por uma mão invisível que as vezes se materializa no horizonte anunciando que o mundo vai acabar - mais cedo ou mais tarde...

Fernando Henrique, como se sabe, se diz ateu. Mas, reconhecia também a presença de uma "mão invisível" a guiar sua primeira campanha presencial. Será então que ele fazia referência a esta mesma mão que captei na minha máquina fotográfica ou será que a mão invisível dele se chamava Sérgio Mota - o contador da sua campanha?...

Ou será ainda que ele reconhecia a presença de uma mão divina que intervem no destino dos homens, a medida que estes pedem por isso em reconhecimento da sua impotência diante da "roda da história" ? - para usar, aqui, uma expressão de Weber já que estamos falando de pensadores.

Enquanto enumeramos as questões insolúveis desta vida, descobri que não sou o único a fotografar a chuva de Brasília. Vejam só que belas fotos encontrei pelos blogs da vida:





































O engraçado é que quando vim pra cá, as pessoas diziam que eu ía estranhar a cidade porque aqui é muito seco...

November rain

A sementinha, a chuva e o Axel

"Porque nada dura para sempre, nem mesmo a chuva de novembro"

Há (havia) um ditado que diz que o Brasil só começa depois do carnaval. E se o ditado não serve mais para o Brasil, para Brasília ainda serve muito bem.

Depois do carnaval, a cidade começa finalmente! Já não encontra mais lugar para estacionar, os lugares nas mesas de bar ficam disputados, os pubs ficam superlotados ao extremo, câmera e senado retomam sua rotina de debates e comissões e a agenda cultural de repente fica repleta de eventos e shows! E, inclusive, de shows internacionais...

E quem apareceu por aqui este ano foi o Gun´s Roses. Ééééééé. Aquele que na década de noventa lançava dois discos de uma vez só (Use your ilusion) levando fãs norte-americanos a madrugarem em frente às lojas de discos para conseguir comprar o seu! Quão longe isto parece, não? Hoje em dia, todo mundo ficaria em casa conectado à internet esperando o primeiro bit-torrent entrar no ar...




















Mas, o Gun´s que veio à Brasília não foi propriamente o Gun´s Roses. Este, como se sabe, acabou junto com a década de noventa. Quem veio à Brasília foi Axel Rose "depois das drogas" e sua banda cover do Gun´s.

O show já aconteceu e eu não fui. Não sei se eles tocaram o sucesso da década de noventa, November Rain. Música, a propósito, muito apropriada para este início de ano quando Brasília está parecendo um Vietnã de tanta chuva.

Por conta da combinação desses dois eventos recentes, fui revistar o clipe da música November Rain no youtube e tive que dar o braço a torcer: continua legal. Tirando o melodrama sobre o qual entrarei em detalhes a seguir, a tomada aérea do Slash fazendo seu inesquecível sólo de guitarra em frente à uma igrejinha no meio do deserto é memorável.

















Antes, porém, de entrarmos na questão do melodrama, duas palavrinhas sobre a noiva do Axel. Repararam no modelito do vestido de noiva?... (rs) De véu e grinalda, símbolos tradicionais da pureza e da castidade, mas aberto frontalmente para mostrar as longas pernas torneadas com meia de seda preta?... Muito meio, não? E a lambida que ela dá na espátula depois de cortar o bolo de casamento?... É, não é a toa que o Axel desperta em prantos durante a noite chuvosa... É realmente muito triste uma perda dessas... (rs)

Agora, vamos ao fato mais curioso de todos! A historinha do clipe, como se sabe, gira em torno da cerimônia de casamento seguida de um funeral da jovem esposa que o protagonista perde e lamenta muito, etc. Muito bem... Sabe o leitor, no entanto, que há uma música caipira com história análoga?!... Sim...

A música chama-se "Sementinha" e também pode ser ouvida no youtube. Ok, o título não é dos melhores. Mas, enfim, esta música que foi gravada por Lourenço e Lourival e também por Liu e Léo conta a história de um caboclo - igual ao Axel - que teve um romance idílico com uma caboclinha "graciosa, bela e meiga" com quem sonhou ser feliz. Mas, uma semana antes do casamento a mocinha morre! Uh! Raios duplos!

Enfim, duas histórias de amor que não se realiza. No clip do Guns não fica muito claro se o casamento chega a se consumar porque logo após a festa de casamento que é interrompida pela chuva de novembro, a mulher já aparece num caixão. Mas, que nos importa isto! Ok, ok, estou sendo insensível com o pobre do Axel que desde então passou a usar drogas ou algo parecido...

Mas, enfim, o fato é que existe um paralelo interessante aqui entre o caboclo que mora na fazenda e o... como poderíamos chamar... enfim, o... o cara com dinheiro (digamos assim) que se casa com "A mulher" que logo em seguida morre na chuva de novembro. Prova talvez que dinheiro não é garantia de felicidade?... Quem sabe?...

Mas, se o nome "Sementinha" não sensibilizou o leitor, fique a vontade para dar outro nome. Afinal de contas, até os compositores fazem isto desde que mundo é mundo. Talvez, inclusive, a Sementinha poderia se chamar "Chuva de abril" já que a de março ficaria parecendo plágio com Tom Jobim. Se a história se desse em Brasília estaria super no contexto.

Mas, não ache que estou "viajando na maioneses". Afinal de contas, existe um trecho da Sementinha onde a chuva aparece também como elemento importante da trama:

A chuva se foi embora e o sol ardente
Matou a minha roseira e secou meu pranto

Só não matou a saudade da caboclinha

Pois eu veja sua imagem em todo canto