terça-feira, 13 de julho de 2010

Todo mundo tem o seu dia

Guimarães Rosa

"Todo mundo tem seu dia e a sua vez". A primeira vez que ouvi esta frase de maneira significativa foi numa carta que um amigo me escrevi quando eu era jovem e o futuro uma coisa ainda incerta, ou seja, poderia ter sido ontem...

Curioso é que este amigo - aliás, velho amigo - me disse que estava pensando em mudar-se de São Paulo para Brasília. Porém, acabou adiando a mudança e eu, que ironicamente não planejava mudar-me para cá, acabei vindo e acabei assistindo, neste mês, a peça de teatro que trouxe a citação desta frase.

A frase, como se sabe, é do personagem da obra "A hora e a vez de Augusto Matraga" de Guimarães Rosa. Aliás, belíssima obra e excelente adaptação para teatro foi, neste mês, apresentada no Teatro Nacional em Brasília.

Não foi a primeira peça de Guimarães Rosa no Teatro Nacional neste ano. Poucas semanas atrás, houve a peça "Grandes Sertões Veredas" que, apesar de gratuita, não tinha quase ninguém porque todo mundo estava assitindo a peça dos "Melhores do Mundo" na outra grande sala do teatro.

"Grandes Sertões Veredas" é uma obra mais famosa, mais complexa e maior que "A hora e a vez de Augusto Matraga". Mas, a adaptação desta última ficou muuuuito melhor. Da adaptação de Grandes Sertões Veredas, pouco me lembrarei com exceção talvez dos seios da Diadorim na cena final. Já em relação à segunda peça, me lembrarei de muitos detalhes e da ênfase do ator ao dizer num misto de convicção e indignação que "todo mundo tem o seu dia e a sua vez; e a minha há de chegaaaaaaar"!

Gogol reina

Debaixo do Capote de Gogol
















Neste mês, chegou à Brasília uma adaptação para teatro do conto "O Capote" de Gógol. Montado por uma companhia britânica, a peça traz a novidade de ter atores de pelo menos cinco países diferentes.

O curioso é que durante a peça eles falam sua língua natal, ou seja, francês, espanhol, russo, japonês e português. E o impressionante é que dá certo porque trata-se de uma adaptação voltada para a plástica em vez do diálogo propriamente.

A adaptação peca somente no fato de que o que se vê representado se distancia muito do Capote de Gógol. Talvez faça um misto com o "Diário de um louco", não sei. De qualquer maneira, é uma iniciativa interessante e, vale ressaltar, gratuita! Um pouco de fidelidade e aí então ficaria perfeito.

Enquanto isso, neste mesmo mês, do outro lado da cidade, um grupo de Brasília fez uma adpatação de outro conto de Gógol: o casamento que, na adaptação, recebeu o nome de matrimônio. Esta adaptação, muito mais modesta que a outra em termos de orçamento e cenário, ficou também excelente!

Na asa oposta a esta, outro grupo também fez uma montagem de outro conto de Gógol: "Diário de um louco". Este, porém, não consegui ver porque a temporada foi muito curta. De qualquer maneira, parece que Gógol está reinando este ano na cena brasiliense. Tomara que a influência seja duradoura.

Em meio a estas peças, comecei a pensar que talvez não desse atenção a elas senão tivesse lido e conhecido Gógol antes. Minha descoberta se deu naqueles anos de exílio onde a realização dos sonhos parece ter se tornado algo distante. Gógol jutamente com Balzac, Dostoiévski, Tolstoi e Victor Hugo fizeram-me companhia neste difícil período da vida do qual eu sairia melhor preparado para apreciar a beleza das coisas. E eis que agora isto se realiza também nestas peças que passam por aqui.

Aido e Eneas

# inserir nota sobre montagem de opera

Olho de peixe

# notas sobre show do Lenine

Os espelhos da justiça

# notas sobre predio da procuradoria geral da republica

# no fundo do tribunal superior

# espelhos

# "eu olhando a vida olhar pra mim", de Lenine - som que chega ao Rio numa noite chuvosa de reflexoes

Visão noturna da concha

# inserir notas sobre viagem à concha acustica do setor militar a noite

Aleluia

Vencendo vem Jesus

Neste final de semana realizei minha terceira apresentação junto com a orquestra da igreja que participo. Foi uma grande apresentação com direito à orquestra completa, percussão, coral e até a orquestra mirim formada de crianças de menos de 10 anos.



O auge da apresentação, feita durante o culto, foi a Aleluia de Hendel. Mas, a que mais me emocionou foi o "Vencendo Vem Jesus". Difícil, nestas condições, é controlar a emoção e tocar ao mesmo tempo dentro do ritmo ditado pelo maestro. Mas, é uma dificuldade boa.

Esta foi a terceira apresentação desde que comecei a tocar com a orquestra. Na primeira, realizada no início do semetre fiquei mais nervoso porque tinha apenas um mês de ensaio. Felizmente tivemos várias sessões de ensaios antes, inclusive horas antes da apresentação. Porém, quando estava tocando senti "como se tivesse nascido pra isso". Claro não do ponto de vista de talento musical, mas sim no que diz respeito à realização pessoal e espiritual.

Na segunda vez, a apresentação foi com uma orquestra menor do que a primeira e foi mais tranquilo. Me senti mais seguro. Já nesta terceira vez a coisa foi mais gradiosa. Bem no estilo fechamento de semestre mesmo.

Depois desta apresentação, a orquestra entraria em recesso - o que também seria bom, inclusive para "ruminar" o sabor desta conquista. Afinal de contas, há apenas quatro meses atrás eu fazia meu primeiro contato com o maestro para saber da possibilidade de participar da orquestra. Felizmente, os três anos que passei estudando violoncello em Campinas não foram em vão. Foi apenas, quem diria, a preparação para estes "novos tempos" de agora.


Naná Vasconcelos

Chuva amazônica

Alguns artistas você sabe que são bons mesmo sem conhecer sua obra. Assim foi minha relação com Naná Vasconcelos (um dos maiores percusionistas do mundo) até este ano.













Sempre ouvi falar do nome dele e das suas participações fora do Brasil. Mas, nunca havia ouvido nada dele. Daí não pensei duas vezes quando soube que ele viria se apresentar em Brasília. Ainda mais depois que soube que ele faria uma apresentação com um cellista. Uau, Violoncello e percussão? Imperdível.

Contrariamente o hábito que diz que sempre estou atrasado ou chegando em cima da hora, naquele dia me supreendi a mim mesmo ao ver que chegava dez minutos antes do horário marcado!

No entanto, na hora de entrar o cara da bilheteria disse que o ingresso que estava entregando a ele não era daquele espetáculo... De fato, era de um outro show que tinha ido em Campinas semanas atrás! Uh! E agora, Batman?...

Uma das pessoas da organização então gentilmente foi falar com o organizador do espetáculo que, compreendendo minha situação e acreditando na minha palavra (algo surpreendente hoje em dia) deixou-me entrar pedindo-me para escolher um lugar depois que as portas já estivessem fechadas.

E assim foi que assisti meu primeiro show fiado na vida! :)

Sempre medi a qualidade de vida de um lugar pela possibilidade de comprar fiado. Lembro-me até hoje das vezes que consegui pegar ônibus (circular) fiado quando morei no interior de Minas Gerais e descobria, já no ônibus, que tinha esquecido a carteira em casa.

Aqui em Brasília a coisa já estava indo bem pelo fato de conseguir comprar suco fiado na barraquinha em frente ao meu trabalho e janta num restaurante perto de casa. Mas, agora parece que me superei! Enfim, um crédito a mais para a cidade!

E durante o espetáculo, além de ouvir o mestre, ainda pude participar de uma música de percussão humana interativa na qual Naná conseguiu imitar o barulho da chuva na floresta amazônica a partir do som da própria platéia.

Que país é este

E no nordeste, tudo em paz

Como se sabe, recentemente Dinho Ouro Preto fico hospitalizado por conta de um tombo que tomou ao fazer uma "manobra radical" num dos shows do Capital Inicial. O tombo assustou o vocalista e fãs, uma vez que havia a possibilidade dele não voltar mais aos palcos.

Aliás, diga-se de passagem, Dinho não foi o único a ser hospitalizado por causa de um tombo durante um show. Recentemente o Bono do U2 teve o mesmo problema. Estes rapazes se esquecem que não tem mais 18 anos...

Recuperado então do susto que teve, o Capital Inicial voltou com força toda, ou seja, lançando novo CD com músicas mais radicais. O título, "Das Kapital", é uma referência explícita à obra máxima do velho Karl Marx.

Karl Marx?! Os mortos ressucitam?! Sim, aliás tudo o que foi sucesso na década de oitenta parece fazer sucesso novamente. Inclusive, o próprio Capital Inicial que - discorde quem puder - continua sendo uma das bandas de rock de maior sucesso e popularidade nos tempos atuais. Quem diria, não?

E o Capital, como se sabe, nasceu na capital do país a partir da iniciativa de um conjunto de jovens que, para espantar o tédio e fugir da aridez cultural que era Brasília na década de oitenta, resolveram montar uma banda de rock - ou, para ser mais específico: de punk rock. Uh-hu! Iéh! (rs)

O fato se explica pelo sucesso que o estilo fazia na época e também porque alguns dos integrantes do então "Aborto Eletrico" - do qual surgiriam o Capital Inicial e o Legião Urbana - haviam morado recentemente em Londres, berço do punk.

De modo que voltar a fazer shows e ainda na cidade onde a banda começou é bastante significativo para esta banda, particularmente para o vocalista que não se continha de alegria e entusiasmo. "Pô, moçada é muito bom estar de volta! É do car*&@#$". Aliás, se tirarem esta última palavra do dicionário, creio que o Dinho não conseguirá mais se expressar em linguagem humana... (rs)

Dinho deve ter mais de quarenta anos. Mas, parece que continua com vinte e pouco. Enfim, o rock tem dessas coisas - com os músicos e com o público que se "vê obrigado" a ouvir músicas infantis, dentre as boas do repertório.


O show aconteceu dentro do "festival de inverno de Brasília", numa mega-estrutura montada no estacionamento do ginásio Nilson Nelson. Três dias de shows. Só no dia do show do Capital Inicial se apresentaram Pato Fú, Jorge Benjor e Skank. Quase uma raive...

E ao que parece o nordeste teve esta influência cultural sobre Brasília, pois uma vez iniciado a temporada de shows eles parecem não acabar mais. No caminho para este show vi, por exemplo, que o "Nação Zumbi" estava começando outro show na Esplanada dos Ministérios. Enfim, impossível participar de tudo.

O Capital, porém, não tocou as músicas do novo disco - o que, segundo Dinho, tem toda uma iluminação própria, etc. Eles cantaram, portanto, os sucessos que todo mundo conhece e o "Que País é Este" do Legião. E no Bis tocaram "Led Zeppelin" - a melhor parte do show.

E no fim do show, que aconteceu por volta das duas da manhã, Dinho expressou o desejo de voltar a Capital com o show "Das Kapital" que, ao que parece, faz uma crítica ao capitalismo, etc e tal. Comunistas depois de velhos? Interessante...

Surreal também foi o apelo do Dinho para os jovens não usarem drogas. "Cara (logo eu). Mas, eu sei do que eu tô falando: fiquem longe das drogas, do crack e do cigarro". O apelo veio junto com a adesão à campanha Brasil contra o Crack ou algo do tipo. Enfim, novos tempos...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Capital do Blues

Gosto tanto dela assim

A cidade de Brasília, como se sabe, foi referenciado numa música de Djavan que também foi gravada por Caetano Veloso. O trecho que se refere à capital do país, nesta música que se chama "Linha do Equador" diz:

"Céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha música de preto
Gosto tanto dela assim"



Como muita das músicas de Djavan, as referências são sempre assim meio jogadas priorizando a rima e a correlação existente entre coisas distantes. De modo que o céu de Brasília. que ganha destaque graças ao traço do arquiteto que priorizou uma cidade horizontal no qual o belo e reluzente céu surge como parte integrante deste cenário, aqui aparece próximo da música de preto. Mas, qual a relação?

Uma primeira relação - não necessariamente conscitente para Djavan que, salvo engano, nunca morou aqui - é a nostalgia e a saudade incurável que muitos dos habitantes sentem da sua terra natal. Afinal de contas, grande parcela da cidade veio de fora.

Uma segunda relação decorrente desta é que a música dos negros, que também sentiam esta saudade incurável quando trazidos para a América, também se faz presente na cidade. Não só a música dos negros brasileiros como também dos negros americanos.

Prova disso foi que o ano cultural começou com um show de ninguém menos que ele: B.B.King - o cara. Apesar de ter dito que sua carreira se encerraria na última turnê que fez, alguns anos atrás, ele começou o ano dizendo que havia desistido de encerrar a carreira e assim lançou a nova turnê "one more time".


Ver este papa, já próximo dos oitenta anos e que tem dificuldade até pra andar, fazer um show tocando, cantando e fazendo piadas como sempre o fez, é algo emocionante.

Poucos meses depois deste memorável show foi a vez do Festival de Blues de Brasília. Um festival com várias apresentações em diferentes lugares da cidade ao longo de um final de semana que começou na sexta-feira. Numa dessas apresentações estava ninguém menos que o gaitista Flávio Guimarães do Blues Etílicos - que, por assim dizer, animou minha festa de aniversário ano passado.

E neste final de semana, para consolar os solteiros da cidade no dia dos namorados, esteve presente aqui ninguém menos que a grande revelação do jazz atual Madalaine Pyerrox. Apresentando-se e fazendo piadinhas em português, a cantora deixou a todos de boca aberta e surpreendeu o público que já sabia o que esperar com um show de uma qualidade superior.

Com uma postura bastante humilde para uma musa do jazz, ela deu bastante espaço para sua banda que, a propósito, são tão bons quanto ela.

domingo, 6 de junho de 2010

A parábola da figueira

Ainda que a figueira não dê fruto


No dia das mães fui almoçar num restaurante cuja parte das mesas fica debaixo de uma grande figueira. Mas, grannnnde mesmo. A árvore deve ter lá seus trezentos anos ou mais. Possivelmente igual aquela que existia no lugar do shopping Dom Pedro em Campinas antes dela ser derrubada para a construção do empreendimento.

A princípio, não sabia que tipo de árvore era. Só depois que descobri que era a figueira e aí lembrei-me também da parábola da figueira onde Cristo faz referência à sua volta tomando como referência simbólica a figueira

"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Aprendei, pois, da figueira a sua parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão." [Mateus 24:30-32]


Mas, esta não é a única vez que a figueira aparece na Bíblia. Pelo contrário, há outras inúmeras referências. Aliás, tantas que seriam suficientes para se elaborar um panorama da história toda narrada pela bíblia com base apenas nas referências à figueira como, por exemplo, quando Jesus chama Natanael para ser um dos seus discípulos:

"Jesus, vendo Natanael aproximar-se dele, disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe Jesus: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira. Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel. Ao que lhe disse Jesus: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? coisas maiores do que estas verás. " [ João 1:47-50 ]

Outro discípulo de Cristo a utilizar também a figueira como referência foi Thiago, quando referenciou esta árvore para destacar a coerência entre ações e palavras que devem existir num cristão:

"Meus irmãos, pode acaso uma figueira produzir azeitonas, ou uma videira figos? Nem tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce. Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria. " [ Thiago 3:12-13 ]

Mas, não é apenas no novo testamento que a figueira aparece. Aliás, ela está presente desde o início quando Adão e Eva (vejam só) utilizam-se das folhas desta árvore para fazer o modelito das suas primeiras roupas:

"Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu m

arido, e ele também comeu. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. " [ Gênesis 3:6-7 ]


E assim como a figueira aparece neste início da história do homem na Terra, esta mesma árvore também está presente no final desta história conforme mencionado no livro do Apocalipse:

"E vi quando abriu o sexto selo, e houve um grande terremoto; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua toda tornou-se como sangue; e as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes." [ Apocalipse 6:12-13 ]

E assim as referências as figueiras se multiplicam. Sem a pretensão de destacar todas elas aqui, encerro com a citação de um provérbio que me parece a mais bela referência vinda do longíquo (porque quase nunca lembrado ou citado) livro de Habacuque:

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas vides; (...) eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação." [ Habacuque 3:17-18 ]







quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ele era Fátima!

Ela talvez tivesse um nome: ele era Fátima


Neste mês, em algumas cidades brasileiras ocorreram manifestações ligadas ao "Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes".

Parece mais um marcha com fundo político como todas as outras. Mas, o combate está baseado em números expressivos como por exemplo:
- a 15 segundas uma criança é abusada sexualmente no Brasil;
- 93 cidades do Estado de São Paulo possuem focos de exploração sexual infantil;
- 80% dos casos de abuso sexual acontecem dentro da própria família.

Como decorrência desta política pública de combate ao abuso sexual infantil, apenas em janeiro deste ano foram contabilizados mais de quatro mil denúncias! Impressionante, não?...

E o tema encontra-se também relacionado à história cultural de Brasília, pois apesar de não ter dados atuais sobre o problema na cidade, sua existência já foi levantada na década de oitenta pelo grupo Aborto Elétrico de onde surgiriam dois dos grupos de rock mais famosos da época: Capital Inicial e Legião Urbana.

A música que descreve um episódio de exploração sexual infantil que é muito conhecida e foi gravada no famoso disco Acústico do Capital Inicial chama-se Fátima.

A primeira estrofe da música fala de um grupo de pessoas cujas iniquidades estão com os dias contas. Quem são essas pessoas? Não se sabe ao certo. A única referência é que são pessoas que
"se perdem no meio de tanto medo de não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender".

Ou seja, tratam-se de pessoas ambiciosas. A princípio, pessoas que viveriam da exploração sexual talvez? A segunda estrofe esclarece que não ao revelar que estas pessoas são aquelas que na verdade tem o poder neste mundo:

E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar

Vocês são vermes, pensam que são reis

Não quero ser como vocês, eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber e
agora tanto faz

E a terceira e última estrofe então finalmente narra muito genericamente do episódio que até agora não sabemos se encontra fundamento num evento pontual e verídico da cidade quando, na primeira frase fala de "três crianças sem dinheiro e sem moral".

Mas, independemente da letra se basear numa história verídica ou não, o fato é que o tema é verossímil e permanece atual infelizmente nos dias atuais como bem mostrou a marcha contra a pedofilia e sua movimentação social relativa ao assunto.








quarta-feira, 19 de maio de 2010

Exército nas ruas

...e nada nos jornais

Saí de casa para trabalhar e nisso passou por mim um exército militar em alta velocidade. Entrei na L4 e tinha um veículo leve de ataque. Passei pelo Eixo Monumental e tinha um grupo de soldados armados e um tanque de guerra em frente à Catedral.


Chegando no trabalho, acessei os principais jornais da cidade para entender o que estava acontecendo na cidade e nenhum deles fazia referência a isto que lembrava o golpe de 64.


Foi então que descobri que os presidentes da Rússia, China e Índia estavam na cidade. Uma semana cheia de bloqueios de ruas para passar as comitivas.

Numa noite, ao voltar pra casa, peguei o caminho errado e passei acidentalmente pelo Eixo Monumental. Os presidentes estavam reunidos no Itamarati. Resultado: bloqueio da avenida para a comitiva inteira sair, motoqueiros da presidência fechando os cruzamentos e esquadrão anti-bomba a postos. Até parece seriado do episódio 24 horas!

Niemayer at night

Compreendendo Niemayer

As construções de Niemayer são bastante modernos, ou seja, "slim", bonitos de olhar e poucos práticos. O recente prédio do museu da república, em Brasília, por exemplo: quem anda do lado de fora em plena luz do dia? Só mesmo turistas...



Mas, claro que mesmo à luz do dia - e em combinação com o céu de Brasília (elemento integrante da arquitetura da cidade) - o lugar rende boas fotos conforme ilustrado abaixo:


Mas, foi numa festa ocorrida mês passado que compreendi o carácter eminentemente público desta construção - e, consequentemente, de outras também.

Utilizando a parede externa do prédio para projetar imagens, a festa pública (free) foi animada ao som de música eletrônica que anteceu a chegada do famoso DJ Moby.

Além da projeção na parede do edifício do Niemayer, a festa também contou com um balão e muita - muita - gente que lotou o lugar que à noite mostrou a importância dos grandes espaços abertos: a de reunir todo mundo nesta que, diga-se de passagem, foi a melhor festa pública que já vi.







Os discos de Niemayer

A nave espacial de Niemayer

Dizem que Niemayer está revisitando suas obras - o que também pode ser entendido como reciclagem de projetos anteriores.

Esta particularidade ajuda, inclusive, a entender o edifício do chamado "Museu da República" cujo nome deve causar revolta em qualquer museológo que se prese porque seu acervo frusta qualquer um que se achega para conhecer a história da República.

Mas, enfim, isto já não é problema do Niemayer cuja responsabilidade é apenas o de entregar o prédio - ilustrado a seguir:


O edifício, como se vê, é uma retomada do mesmo projeto da câmera dos deputados que se pode ver ao fim da Esplanada dos Ministérios, ou seja, o que se pode ver quando se está neste mirante lateral do prédio do museu - como se estivesse dizendo ao espectador: "eu vim de lá", ou "viemos da mesma nave mãe Niemayer"...


Além disso, quem já foi à Oca do Ibirapuera, sabe que o desenho é o mesmo - com um ou outro detalhe diferente.




Curioso ainda notar que o prédio da sede do partido comunista francês, projeto também de Niemayer, também possui uma construção destas.



E uma olhada à distância nas construções da nova sede do Tribunal de Contas da União em Brasília mostra que outra oca (ou disco voador) vai surgir ali também.



Curioso é que, assim, Niemayer deixa suas pegadas em diferentes partes do país e do mundo através de obras que mais parecem discos voadores cujo conjunto parece indicar que todos fazem parte da mesma nave mãe (Niemayer) que felizmente continua entre nós.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Toda a plataforma


Estou só esperando o que vai acontecer

Quando mudei-me para Campinas, uma das coisas que estranhei e que inúmeras pessoas comentavam era sobre a precariedade e poluição presente em sua rodoviária. Os ônibus
estavam num subsolo de teto baixo que em combinação com a fumaça que saía dos escapamentos dos ônibus gerava um ambiente sufocante. Além disso, a parte de cima onde os passageiros compravam suas passagens e aguardavam para embarcar era desprovida de qualquer beleza.

Para uma cidade grande como Campinas, uma grande capital regional, a maior cidade entre todas do interior, este fato era uma vergonha.

Brasília, por sua vez, não encontra-se em situação diferente. Sua rodoviária, também conhecida como rodoferroviária (porque por ali passam trens de carga) também tem uma estética que está longe de qualquer padrão de beleza arquitetônico contemporâneo, moderno e mesmo barroco.

Hoje, no entanto, Campinas já conta com uma nova rodoviária - digamos que à altura da importância da cidade.
















Brasília, ao que parece, caminhava pra isto. Alí mesmo nas proximidades da atual rodoviária, se pode ver o design moderno da cobertura do que viria a ser a nova rodiviária. Digo que viria a ser porque, com a recente crise de governo que aconteceu no DF, estas e outras obras mais simples estão todas atrasadas.










No entanto, não foi nem a rodoviária de Campinas nem a de Brasília que entrou pra história. Mas, sim o terminal rodoviário interno da cidade - a conhecida "plataforma", que fica na esplanada dos ministérios, ou seja, bem no centro do avião que delinea a planta da cidade.
















É a este lugar que a "Música Urbana" do grupo Capital Inicial faz referência quando diz que:

"As ruas tem cheiro de ggasolina e óleo diesel, toda a plataforma, toda a plataforma por toda a plataforma, voce não vê a torre"

A plataforma aqui, como se disse, é este terminal rodoviário construído quase que embaixo do pontilhão que liga o Eixão que corta a cidade de fora a fora ou, para ser mais específico, de um ponto à outro das asas. E a Torre, mencionada na música, é a Torre da TV de onde se pode ter uma ampla visão panorâmica da Esplanada dos Ministérios.

Pense num lugar abafado, cheio de uma multidão de pessoas que alí chegam vindo de todos os cantos da cidade, das cidades satélites e antes também de todos os estados. O urbanismo da cidade de Brasília favorece a visão de um amplo horizonte iluminado. Porém, o teto da plataforma impede de se ver até a torre.

Um amigo músico diz que não consegue compreender o segredo do sucesso de algumas músicas populares. Afinal de contas, como todas as outras, elas são formadas de uma combinação de acordes, etc. etc. Eu particularmente acho que o sucesso desta música é devido em parte à interpretação que se faz dela, pois o vocalista do Capital Inicial a canta como se "acreditasse piamente" na sua mensagem.

Mas, qual sua mensagem? Afinal de contas, ela fala de uma situação corriqueira do cotidiano: alguém que sofre com a espera do ônibus num terminal rodoviário poluído. Ou será que há algo de mais profundo?

Talvez não. Possivelmente ela faz sucesso devido aos seus acordes e ao tom empolgante que expressa um sentimento de véspera de festa - como diria a letra "estou só esperando o que vai acontecer".


A música também usa expressões como "tudo errado, mas tudo bem":

"Tudo errado, mas tudo bem
Tudo quase sempre
Como eu sempre quis
Sai da minha frente
Que agora eu quero ver..."

Quero ver o quê? De repente somos surpreendidos pelo fato de que o lugar de chegada de ônibus é também um lugar de festa - ou quase isto, uma vez que a plataforma dá acesso ao local da esplanada onde acontece os shows e as festas populares. E assim se explica então este tom de véspera de festa.















De qualquer maneira, vejam só que coisa maluca: o cara faz uma música simples sobre alguém que sofre com a poluição urbana num terminal rodoviário e isso se torna sucesso nacional que todos conhecem e sabem cantar há mais de vinte anos! Viva o rock nacional!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A ponte escultura

Trajetória desconhecida

Como mencionei no último post, a ponte JK de Brasília foi inaugura há menos de uma década e não é uma obra de Niemayer - coisa rara por aqui.











Como também mencionei, a ponte recebeu críticas pelo custo elevado - o que também é algo muito suspeito para uma obra feita em Brasília, onde as "comissões" para obras públicas, como foi revelado por algumas investigações recentes, não é mero folclore.















A justificativa para o alto custo da ponte, segundo dizem, é que ela não é apenas uma ponte; é uma obra de arte. E como obra de arte não tem preço, então 160 milhões é um preço aceitável. Muito bem, caso resolvido então.

Afinal de contas, será que Niemayer consegue fazer suas obras porque apresenta a melhor relação custo-benefício? Certamente que não. Que o digam os moradores que já moraram no Palácio da Alvorada onde, dizem alguns, se sente na sala o cheiro do que se faz na cozinha. Tá vendo, e você reclamando da sua kitnet... (rs)

Mas, então, não malhemos a ponte. Afinal de contas, ela não somente virou cartão postal como também objeto de souvenir.
















Sim, venha à Brasília, visite a ponte, caminhe por ela (se conseguir lugar para estacionar por perto), tire uma foto e leve o souvenir pra casa e mande um postal para um amigo: "estive na ponte, lembrei-me de você". "Será que eu tenho cara de ponte, agora?", pode pensar o amigo ao receber o postal.

O arquiteto da ponte chama-se Alexandre Chan. Já ouviu falar dele?... Qual outra obra ele fez além da ponte?... (silêncio)

Não sei o que o arquiteto idealizou para elaborar esta ponte. De longe, ela me lembra a trajetória de uma bola quicando - se é que existe este verbo. Mas, o que uma bola simbolicamente representa em termos de identidade cultural da cidade? Uma cidade que tem, a propósito, um estádio que leva o nome de Mané Garrincha com um time sem muita expressão. Oh, desculpe, desculpe os torcedores locais.

Mas, possivelmente não é o futebol a referência ali idealizada. Afinal de contas, a bola de tênis também quica com a mesma trajetória - não? Que mais segue este caminho?...

Enquanto meditam no assunto, vejam agora que escultura curiosa encontra-se no parque do Ibirapuera em São Paulo. Qualquer semelhança é mera coincidência, ou não...



















terça-feira, 13 de abril de 2010

A ponte

A ponte não é de concreto

No final da década de noventa, o cantor Lenine fez uma apresentação no programa Bem Brasil da TV Cultura onde apresentou sua música "A Ponte".

Naquela época ele ainda não fazia tanto sucesso como agora. Aliás, Lenine anda meio sumido - não?... Mas, o sucesso para Lenine só viria depois do disco InCité que, diga-se de passagem, é um primor de arranjos, melodias, percussão e letra. Uma obra-prima.
















A música "a ponte" não possui uma letra tão profunda e poética como aquelas do disco InCité. Ela está mais para um conjunto de trocadilhos como por exemplo: "a ponte" x "aponte".

No início desta música há uma interessante reprodução de uma espécie de entrevista da dupla de emboleiros "Castanha e Caju" que, quando crianças, dão um testemunho de luta e perseverança que parece de adulto - sendo este detalhe, inclusive, o responsável por uma inevitável comoção ao tomarmos consciência das duras condições de existência a que essas crianças que moram embaixo da ponte são submetidas nas grandes cidades.

Naquela época ainda não existia a famosa ponte de Brasília que apesar da arquitetura arrujada (pasmem!) não é um projeto de Niemayer.

Algum tempo depois de lançada esta música, mais especificamente em 2002, foi inaugurada a ponte JK em Brasília. Uma bela, imponente e premiada obra da arquitetura - digna, afirmam, da herança arquitetônica da cidade.

Muito bem, só que a ponte também deu o que falar devido ao seu alto custo: 160 milhões de reais! Caramba, quanto é isto?!

Uma vez disseram a Kim Basinger (isso, aquela do "Nove semanas e meias de amor") que ela iria ganhar um cache de x milhões de dólares. Aí ela não entendeu. Mas, quando disseram que isso representa n limosines, aí ela entendeu! E, quem diria, mais tarde ganharia oscar de melhor atriz...

Mas, enfim, quantas limosines correspondem ao preço da ponte? Faça as contas e mande para o orkut da Kim Basinger. (rs)

De qualquer maneira, as contas foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Então, está tudo nos conformes. Aliás, comparado ao preço da Ponte conhecida como Estilingão que fica na Marginal Pinheiros em São Paulo até que não ficou tão caro.

















E agora, os brasilenses tem um motivo a mais para se orgulhar e os turistas outro lugar para visitar na cidade.

Maiores detalhes da música de Gogh que, aliás, faz uma ponta no DVD de Acústico de Lenine, no vídeo abaixo:


domingo, 11 de abril de 2010

Conversar com urubu

Tô enfiado na lama!

Nação Zumbi, que também passou por Brasília neste começo de ano, tem uma música onde os urubus aparecem de maneira simbólica e enigmática. A música chama-se Manguetown e os urubus estão presentes logo na primeira estrofe:

Tô enfiado na lama, é um bairro sujo.
Onde os urubus tem casas, e eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Vou pintando, segurando as paredes do mangue do meu quintal
Manguetown

Depois então de descrever a vida dura na Manguetown, o eu lírico da canção diz que vai sair com as asas que os urubus lhe deram:

Esta noite sairei, vou beber com meus amigos
E com asas que os urubus me derem voarei por toda a periferia
Vou sonhando com a mulher que talvez eu possa encontrar
E Ela também vai andar na lama, lá do meu quintal.
Manguetown

Éhhh... existe mulher que topa tudo. Até mesmo andar na lama do quintal do cara depois de ter voado com ele nas asas emprestadas do Urubu... (rs)

Mas, Urubu não é coisa apenas de periferia! Nãooooo... eles também estão no centro da capital do país!

Alguns, inclusive, foram fragados secando suas asas entre uma chuva e outra do mês de abril em cima do detalhe de um prédio público - veja abaixo:



















Com dificuldade para localizar os bixinhos? Veja detalhe da foto anterior:


















Disto, porém, surgem algumas questões: teriam eles vindo assistir o show do Nação Zumbi ou já estão aqui nos acompanhando desde sempre e emprestando suas asas para os que estão enfiados na lama?

Intelúdio carioca

Reflexos cariocas em Brasília

Brasília tem belos edifícios que são o orgulho da arquitetura moderna e de seus famosos e impressionantes "vão livres" e colunas originais. Mas, claro que isto não é exclusividade da nova capital. Veja-se, por exemplo, esta coluna do edifício da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.



















Cá entre nós: esta coluna não parece um sinal típico de checklist? Até que o arquiteto consciente ou inconscientemente conseguiu construir algo adequado para um prédio onde funcionaria o mais famoso curso de administração do país.





















E também não é só Brasília que possui modernas esculturas no hall de entrada de seus edifícios. Veja-se, por exemplo, esta curiosa escultura que fica em frente ao Centro Empresarial que fica há poucos metros da FGV.

























Nome do escultor? Desconhecido por enquanto. Quando descobri atualizo esta página. Senão, fica para a posteridade descobrir ou mesmo para o leitor caso este se interesse por ver a escultura de perto e aproveitar para almoçar no restaurante deste edifício que tem uma vista capaz de aumentar o prazer da comida como mostra a foto a seguir:


Dê sinal de vida

Dê sinal de vida

Como já foi aqui mencionado, o trânsito de Brasília é muito "civilizado", ou seja, aqui o pedestre tem preferência - como deveria ser em qualquer lugar do país ou mesmo das cidades satélites.

De modo que para um pedestre atravessar a rua, basta pisar na faixa de segurança que os carros param para ele atravessar. Resultado: as mulheres de Brasília são de parar o trânsito! (uh-hu!)

Mas, há um porém: para ter certeza que os carros irão parar é preciso dar "sinal de vida" como indica a sinalização escrita no asfalto - como mostra a foto a seguir:



















E como as pessoas dão sinal de vida em Brasília?... Escrevem, telefonam, mandam email?... (rs) Nãoooo, apenas esticam a mão como se estivessem pedindo para o ônibus parar. Assim, se por acaso você veio dirigindo pra Brasília e viu um pedestre dando sinal como se você estivesse dirigindo um ônibus, não fique indignado pois faz parte da cultura local. (rs)

Pare pra pensar

Como estacionar em Brasília

Brasília, como se sabe, é uma cidade planejada. Porém, planejada numa época em que carro era artigo de luxo. Como o "mundo evoliu" e o sistema de transporte público não, hoje em dia é comum a família ter pelo menos dois carros. Isto, até as "crianças" crescerem e comprarem o seu também.

As ruas de Brasília continuam suportando o alto tráfego dos carros. Quer dizer: as vias expressas porque quem tem que pegar uma tesourinha ou passar nas entrequadras ou ainda pegar as saídas para as cidades satélites no final de tarde, sofre!!!

Mas, o problema não se encontram apenas nas ruas de tráfego. Os prédios, por incrível que pareça, também não foram projetados com estacionamentos para suportar os carros de quem vem trabalhar. Então, acontece algumas coisas muito curiosas dos carros inventarem vagas onde não existe como, por exemplo, indica a foto a seguir.

Vejam que o cara resolveu parar não somente na esquina como, também, na entrada do estacionamento em cima da placa "Pare". Bem, neste último aspecto não se pode dizer que o cara não obedeceu a sinalização... (rs)
















A princípio, parece haver uma conivência do poder público, afinal de contas se a coisa está assim isto se deve sobretudo à sua imprevidência. Mas, de vez em quando, o Detran passa fazendo a rapa e aumentando a arrecadação pública. Tudo lindo!