sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Retroceder nunca, retorno jamais

Eu odeio superquadra!

Brasília é uma cidade razoavelmente fácil de se localizar. Recordo-me bem quando, logo na segunda semana na cidade, consegui chegar sozinho de carro a um lugar onde nunca havia estado antes. E isto, veja bem, sem consultar mapa ou ficar pedindo informação na rua.

Sabia que tinha que ir até a 314 Norte. Então, partindo do Eixo Monumental peguei a famosa avenida W3 (sim, a que corresponde ao número 300 no sentido "west"...) e andei quatorze quadras até chegar à 314. Fácil!

Como diria um amigo meu: localizar-se na cidade parece brincadeira de batalha naval! :)

Porém, há uma pedra no meio do caminho. Na verdade, um verdadeiro labirinto chamado superquadra - idealizada pelo urbanista Lucio Costa, por inspiração de Le Courbousier, com o objetivo de fazer os novatos se perderem!! Arrrr!

Você está lá feliz andando pelas vias expressas L2, w2 ou coisa do tipo e aí vê uma plaquinha indicando uma quadra próxima ao seu destino. Tipo: seu destino é 715 e você vê uma placa indicando entrada para a 315. "Tranquilo", pensa o ingênuo e novato motorista, "basta eu entrar aqui na 315 e depois passar para a 515 e em seguida à 715".

Ah, doce ilusão. Eis que de repente me vejo numa superquadra no velho estilo "pague para entrar reze para sair". Não adianta tentar encontrar uma saída; o jeito é voltar pelo mesmo lugar por onde se entrou e tentar um novo caminho. E foi tentando um novo caminho que hoje cheguei até próximo de Sobradinho. Sim, porque "retorno", nas concepções modernistas da época da invenção de Brasília, deveria ser coisa do passado....

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