terça-feira, 23 de março de 2010

More than words

Ecos do passado no presente

Sexta-feira à noite. De volta pra casa, ao passar de carro por um relógio na avenida ele marca zero horas e zero minutos: 00:00 - uma hora bonita e rara.

Curioso é que neste exato momento, tocava no som do carro uma velha música de um grupo que fez muito sucesso na virada da década de oitenta para noventa, mas que hoje, salvo engano, já não mais existe: o Extreme.

Naquela época, no auge de sua carreira, este grupo fez uma apresentação num show que recebeu o título de "Tributo a Fred Mercury" - o vocalista, então recém falecido, do Queen.

Lembrei-me então da apresentação unplugged do Extreme neste show onde antes deles tocarem o maior sucesso do grupo, "More than words", eles cantaram a famosa música do Queen "Love of my life". Lembrei-me, inclusive, de como o vocalista parecia estar noutro universo quando, após os acordes iniciais da música, o violonista se volta pra ele como quem diz: "ouh, cê não vai começar a cantar, não?!" (rs)

Mas, a primeira lembrança desta noite ficou por conta da primeira vez que ouvi esta música de maneira digamos significativa. Coincidentemente, isto ocorreu no primeiro ano que vivi em Campinas quando então deixei a "casa dos pais para cair no mundo".

Mas, não foi em Campinas que ouvi a música. Foi numa cidadezinha próxima do Estado do Paraná para onde fui passar um final de semana a convite do meu então colega de quarto em Campinas. Cidadezinha pequena e acolhedora, uma bela mocinha enamorada, um jovem e romântico rapaz... Hoje, a música tema talvez fosse a do Lupicínio Rodrigues:

"Estes moços, pobres moços, ah, se soubessem o que eu sei,
não amavam, não passavam por tudo o que eu já passei"


Mas, naquele tempo de muita juventude, inocência, testorona e desconhecimento da MPB, o que falava alto era o pop rock internacional. Portanto, dá-lhe "More than words"!

"More than words is all you have to do to make it real,
Then you wouldn't have to say that you love me,
Cause I'd already know."

Naquela zero hora e zero minutos da madrugada de sábado, lembrei-me então daqueles primeiros tempos de Campinas que agora ecoam nos primeiros tempos de Brasília. E o surpreendente foi, na manhã seguinte a esta memória despertada pelo relógio de rua, receber um convite de casamento deste mesmo velho companheiro que agora está há muitos quilômetros de distância. A vida tem dessas coincidências.

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